Descrição
Era uma vez o futuro. Aqui, contamos histórias de estados hipotéticos, decalques de contextos imaginados, ficcionados, enquanto esperamos que se tornem reais.
Cinco artistas moçambicanos são convidados a descrever sociedades imaginárias, furtadas e transportadas de um outro futuro qualquer que não este.
Peço também que concebas o teu estado emergente – entre o figurativo e o abstracto, sejam personagens, criaturas, ambientes… Name it?
Ficha Técnica
Curadoria: João Roxo e Aurélien Lepetit
Artistas: Dilayla Romeo, Luís Santos, Number8, Nandele Maguni, Pedro Halar Júnior
Biografias
Dilayla Romeo é uma fotógrafa profissional hispano-moçambicana que vive actualmente em Maputo. É licenciada em fotografia artística pela escola de arte e design “Serra i Abella” em Barcelona, Espanha. O objectivo do seu trabalho é explorar analogias e criar um ponto de vista muito pessoal em torno de cada assunto usando pessoas, espaços e cores desenvolvendo uma relação entre eles e o conceito que transforma a identidade do ser humano através de narrativas visuais. Ela está interessada em capturar a beleza comum nas coisas simples da vida de uma perspectiva conceptual. Dilayla Romeo trabalha como fotógrafa freelance há mais de 10 anos e colabora e trabalha para revistas importantes como LAMONO MAGAZINE (Barcelona), INDICO MAGAZINE (Maputo), trabalhando em moda, eventos e projectos pessoais. Ela colaborou com a Fujifilm oferecendo alguns workshops e com um dos seus projectos mais relevantes denominado ROOT-IN (apoiado pela Fujifilm) um projecto fotográfico de conteúdo conceptual que reflecte desde uma abordagem pessoal o trabalho humanitário oferecido pela Fundação Khanimambo em Moçambique e a vida quotidiana que se desenrola à volta deste centro sediado na província de Xai-Xai.
Nambur8 #8
Eduardo “Nambur8 #8” Namburete Neto nasceu em Maputo, em 1996. É director criativo e artista visual, tendo entrado no mundo das artes gráficas no ano de 2010. O desejo de explorar e atingir o nível de execução e criação de nomes de potência internacional levou-o a desenvolver mais habilidades e a aprender sozinho a utilização de vários softwares de tratamento de imagem. Anos depois, mudou-se para a Cidade do Cabo, na África do Sul, onde iniciou um curso de Motion Design na Cape Town Creative Academy, onde aprendeu a usar o software de computação gráfica 3D e aperfeiçoou as suas habilidades em programas de edição. Com o domínio desses softwares, ele cria artes para seus projectos pessoais que, na maioria das vezes, giram em torno do espaço e da figura humana com a intenção de preencher a lacuna entre o real e o virtual. Sempre aberto a novos desafios e com uma vasta gama de ferramentas à sua disposição, #8 encontra-se actualmente a estudar 3D na Escuela Trazos em Madrid, Espanha, trabalhando na área da indústria da moda, criando conteúdo e identidade para uma grande casa de moda em Moçambique, enquanto também se lança no design de mobiliário.
Nandele
Nandele é um dos beatmakers, produtores e DJs Moçambicanos mais inovadores. Ele está na vanguarda da cena da música alternativa com sua mistura de instrumentais de boombap, dubstep, trap, batidas de hip-hop psicadélico e os ritmos makonde do norte de Moçambique. Filho do primeiro director negro da Rádio Nacional Moçambicana após a independência do país, é com o seu pai que adquire a sua formação musical ouvindo desde tenra idade um vasto catálogo musical que vai de Michael Jackson a Fela Kuti, de Kanda Bongo Man a Santana e Marvin Gaye, que ele incorpora na sua criação de batidas. Produtor e compositor prolífico, Nandele compôs música para espectáculos de dança contemporânea, filmes e tem vários projectos de bandas. Passou pelo palcos de alguns dos maiores festivais da África Austral, tais como Afropunk Joanesburgo, MTN Bushfire Festival na Suazilândia, Azgo Festival em Moçambique. O seu primeiro E. P. Argolas Deliciosas e o seu primeiro álbum completo Likumbi foram lançados pela gravadora independente moçambicana Kongoloti Records.
Luís M. S. Santos
Luís M. S. Santos (1993) é um artista plástico Moçambicano graduado em escultura em 2016 pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto, Portugal. Está sediado em Moçambique onde lecciona na Faculdade de Artes do Instituto Superior de Artes e Cultura. Em 2019, fez a sua primeira exposição individual intitulada “Aquilo que o corpo já esqueceu” no Centro Cultural Franco-Moçambicano, em Maputo. O artista participou em diversas exposições colectivas dentro e fora de Moçambique, com destaque para L’atelier 2017, em Joanesburgo na África do Sul, a exposição “Pares” da 3ª Bienal internacional de Gaia em 2019, em Vila Nova de Gaia, Portugal. Participou também na “FNB Art Joburg” 2020 e na residência artística áudio-visual Upcycles 2021 em Maputo, Moçambique. Luís Santos pensa nas suas esculturas como entidades vivas e habitantes de um lugar longe da sociedade e rodeado pela Natureza. Texturas, formas, cores e matérias contrastantes enriquecem as suas peles criando um conjunto de ritmos, quebras e fluidez. Conceptualmente, o artista explora questões sociais e culturais do seu contexto como também a desarmonia entre o Homem e a Natureza.
Pedro Júnior
Designer e Arquitecto, Pedro Júnior desenvolveu o seu interesse pela Arte Digital já no ensino secundário, tendo-se formado na Academia de Comunicação como Designer gráfico. Mas foi na Faculdade de Arquitectura da Universidade Eduardo Mondlane em Maputo onde criou as suas primeiras obras. Entre 2018 e 2019 fez parte de 2 exposições na 16 Neto: ART BAZAR e (re)construções.